Eu sou uma suicida da alma.
Dia a dia mato um pouquinho mais da minha alma
e a arma é meu pensamento, meu raciocínio.
Não entendo por que não deixo a vida correr,
por que tenho sempre de achar uma lógica, um sentido em tudo.
Seria tão mais fácil simplesmente não pensar,
aceitar as coisas como elas me são ditas.
Lavagem cerebral é um conceito tão ruim, mas torna as coisas tão mais fáceis.
Por que eu não consigo fazer uma lavagem cerebral em mim?
Esquecer tudo, não tentar entender nada.
A vida seria tão mais leve.
Mas não.
Preciso suicidar minha alma, apunhalar meu coração.
Por que essa busca infinita e infrutífera da verdade absoluta?
E por que só procuro uma parte da verdade que não interessa?
Onde está a minha verdade? A minha vontade?
Quero esquecer, quero relevar, deixar rolar,
Mas o grilo falante da consciência grita alto,
As engrenagens do raciocínio não param e, como que enferrujadas,
rangem alto, não me deixam ouvir meus sonhos,
calam meu coração.
E o coitado do coração bate arrítmico,
Ora devagar, ora disparado
E eu penso que vou morrer.
Mas não, meu corpo não morre,
Esse que eu já tentei conscientemente matar
Não morre.
Agora, a alma, aquela que deveria ser imortal,
com todas minhas alegrias e sonhos,
definha, seca como um galho no Inverno.
Troco tudo – alimento o corpo e mato a alma.
Mas, o que é um corpo sem alma?
Quem sou eu?Uma suicida, ponto final
O quê? Melancólico e profundo...
ResponderExcluirFilosofia com Pessoa.
É isso!