Nas terras onde os sinos andam pelas ruas
há horas surdas sós e sem cuidados
há mar condicionado ao possível verão
e vendem-se manhãs e mães por três idéias.
Nas terras onde a música é o fogo de artifício
a camioneta curva a carga sob os plátanos
e à sombra dos lacrimejantes carros
o gato dorme a trepadeira sobe
o soba grita nunca ninguém sabe
a erva cresce e as crianças morrem.
O mar aceita chão a mão do sol.
Que plural deplorável o da magna agência mogno.
E nas tílias há riscos dos vestidos de retintas raparigas
e o dente resistente número quarenta cheira a pepsodent.
(Ruy Belo)
Tão triste...
ResponderExcluirTão belo...
Deu-me a sensação de um lamento africano.
Lindo!