quarta-feira, 16 de maio de 2007

José Bento - a pedidos

Afinal, o misterioso poeta é realmente muito misterioso. Percorri a Internet atrás dele e... quase nada...


Descobri que ele é português, nasceu em 1932 e, nos anos 50, revelou-se como poeta nas revistas de poesia Árvore, Eros, Cadernos do Meio-dia e Cassiopeia.


Também é mais conhecido como tradutor do que como poeta - é considerado um excelente tradutor de numerosos poetas de língua espanhola, como S. Juan de la Cruz, Pablo Neruda, Cernuda, Quevedo.


Um outro comentário bem interessante feito sobre este poeta é que a intertextualidade da sua poesia com os poetas que ele costuma traduzir é bem visível.


Pronto, só isso, além da fotinho dele, aí ao lado.


Também no site do Instituto Camões, encontrei mais um poema dele, também belíssimo:


Novembro apagou nas buganvílias

seus nomes brancos, roxos, escarlates.


É mais difícil regressar a casa:

o caminho disfarçou, emudeceu

seu rosto nos muros e nas grades.


- Por onde seguiremos

sem que o outono espesso nos trespasse?



Este belo poema, sem título, é do livro Um Sossegado Silêncio, de 2002. Também publicou Sequência de Bilbau (1978), O enterro do senhor Orgaz (1986) e Silabário (1992) e está presente na Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea (1985).


É isso, pessoal... pouca informação, mas já é um começo. Toca andar à procura dos livros, que o poeta é dos bons!!!

Um comentário:

  1. Continue no garimpo Aline. Vale a pena.
    Talvez ele tenha escolhido traduzir tais poetas exatamente pelo tratamento dos temas, não?
    Achei lindo: "Por onde seguiremos sem que o outono nos trespasse"
    Ando numa fase " absolutamente existencial".
    beijos, querida

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