quinta-feira, 5 de junho de 2008

30 ou mais...


Sou balzaquiana, sim, «pero no mucho»!

Tenho 33 anos, sim, mas não me encaixo completamente no perfil da balzaquiana original, aquela descrita e desenhada por Balzac em «A Mulher de 30 Anos».

Infelizes no casamento - porque, na época em que o livro foi publicado, a única opção de vida da mulher era o casamento - aquelas balzaquianas eram violentamente despidas de suas ilusões na manhã seguinte à noite de núpcias. O príncipe encantado com que sonharam toda a sua vida transforma-se em «esqueleto odioso», nas palavras do pai de Júlia, a protagonista do livro.

Sou, então, uma balzaquiana moderna. Inconformada porque ainda me sinto com 15 anos, assustada porque já realizei os sonhos que tinha com aquela idade. Marido, filho, casa, cães.

E esta idéia de missão cumprida coloca-me em uma daquelas esquinas da vida. O que fazer agora? Que planos hei de seguir? Carreira, obviamente. Está na hora de pensar na carreira.

Mas não será tarde demais para isso? As outras balzaquianas modernas e não casadas já começaram há tempos, muito antes de adquirirem este status.

Confesso que é difícil decidir entre carreira e casa. Gosto de me dedicar integralmente às coisas e as duas não consigo conciliar.

E onde fica o «deixa a vida me levar»? Vamos indo e vamos vendo... por enquanto, continuo dividida, um pouco trabalho, um pouco cuido do marido e do filho.

E não é exatamente isso o que as balzaquianas modernas fazem?

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