quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Eu, Moçambique e o escritor


Confesso que, quando cheguei a Moçambique, há quatro anos, não conhecia a literatura do país. Infelizmente, no curso de Letras que fiz, as únicas literaturas contempladas eram a brasileira e a portuguesa. Uma falha enorme e injusta, porque a literatura africana, a moçambicana, neste caso, é fantástica.

Mas dizia que não conhecia nem o país nem a sua literatura. Uma vizinha, que acabou por se tornar uma grande amiga, emprestou-me um livro para ajudar-me a passar o tempo nos primeiros dias de adaptação. O livro chamava-se Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, do Mia Couto. Na época, nem vi quem era o autor, interessava-me mesmo a história, que me surpreendia a cada página. Foi assim que comecei a conhecer Moçambique, através das páginas de um livro. Gostei tanto do livro que me interessei pelo autor. Fui pesquisá-lo na Internet e aí descobri que eu tinha uma defasagem literária muito triste… o autor era conhecido mundialmente, com muitos livros publicados, contos, crônicas, poesias e outros romances. Pronto, viciei nele. Li tudo o que encontrava. Cada vez gostava mais da sua escrita, com sua linguagem alada permeada de neologismos e adaptações linguísticas fantásticas.

Ontem, finalmente, consegui apertar sua mão. Aliás, dei-lhe dois beijinhos… e todas as minhas suspeitas confirmaram-se: ele é, realmente, uma pessoa sem igual. Eu fiz de tiete, pedi autógrafo, foto, só faltou mesmo fazer como aquelas fãs enlouquecidas e desmaiar…

E, no nervosismo de fã, acabei esquecendo tudo o que gostaria de perguntar e dizer ao Mia (sim, chamo pelo nome, porque, depois de tantas páginas, já adquiri uma certa intimidade!)… mas, afinal, tudo resumiria-se somente a uma frase:


Obrigada por me apresentar Moçambique!


Obrigada, também (ops, mais de uma frase…) pela paciência, pela simpatia e pela receptividade!

4 comentários:

  1. Viver é fazer descobertas, Aline.
    Com certeza, existe vida inteligente além do Cabo da Boa Esperança.
    É preciso desmistificar o nosso colonialismo interno.

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  2. Que ma ra vi lha, Aline.
    Dá mais dois beijinhos por mim...
    Feliz aniversãrio!!!!

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  3. Ele é sem igual! Muito acessível e simpático!=D

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  4. Aline, querida,
    que tietagem, hein?
    Mia precisa ler o Yacala de nosso Beto e vir à Fliporto. Aliás, você também.
    Beijos,
    Clau

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