segunda-feira, 6 de agosto de 2007

À Bê


Foste a luz e a escuridão
O mistério desvelado,
A verdade calada.

Não viste o amor, até senti-lo.
Não sentiste o ódio, até prová-lo.
Não provaste o medo, mas ele veio.

Gosto amargo de remorso,
Asco de amargura,
Desencanto da procura.

Sonhavas o céu,
Desejavas o infinito,
Querias asas…

Mas saltos altos não são asas,
Talvez bengalas, muletas,
Efémeras alegrias fingidas.

Deste teu último voo,
Estás livre dos saltos,
Desamarrada dos sonhos.

Voa mais alto agora,
Minha estrela de papel,
Já brilhas sem fingir.

Vai, amiga-irmã,
Assumo tua dor, que já foi minha,
E do teu jeito abrandaste.

2 comentários:

  1. Ela voa sim. Sabe, porém, que uma casinha branca, de jardins e músicas, será agora seu lugar seguro. Ao passear no bosque, lembrará sempre da amiga-irmã, e acordarás com uma flor linda, azul e branca, no regaço de mãe.
    Volta feliz Aline querida!
    Verônica

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  2. Querida Aline,

    Com o tempo se vai a dor, decerto, ficará a saudade, mas uma saudade confortada pelas lembranças dos momentos bons!

    Abraços e, saudades de sua presença no PI!

    Gerlane

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