segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Em branco

Resolvi escrever uma crônica... mas não sei bem sobre o quê...

Pensei no aquecimento global, no novo acordo ortográfico, no calor, na vida.......................


Mas as reticências foram muitas...

E descobri que às vezes é melhor deixar a página em branco. 

Pode ser que amanhã de manhã esteja preenchida com um sonho que vou ter esta noite ou com uma tirada curiosíssima e surpreendente do meu filho mais velho.

Ou mais... tive uma ideia agora...

Se alguém estiver lendo esta postagem... que tal propor um tema para a próxima?

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Cria que o ano é teu!

Cada ano novo é como um filho parido no exato segundo da meia-noite de 31 de dezembro. E todo parto, por mais difícil que seja, é feliz.

Curtimos a gravidez durante dezembro inteiro, fazendo planos para o futuro do novo filho e preparando a festa da sua chegada. Analisamos o que erramos com os filhos mais velhos e prometemos não mais cometer aqueles erros indesculpáveis com o novo rebento. Como mães desnaturadas, abandonamos os filhos mais velhos como se nunca tivessem existido. E dedicamo-nos inteiramente ao novo, que traz esperança e um sorriso de luz nos lábios.

Só que depois da alegria do parto, vêm as dores de ser mãe. Como um bebê, o novo ano rouba-nos as noites de sono e toma todo o nosso tempo com exigências de atenção. Tem de ser cuidado, acarinhado, educado. E na azáfama de procurar tempo para tudo acabamos por esquecer dos erros que cometemos antes e repetimos tudo igual porque somos animais de hábitos constantes. 

O que vale é que a experiência com os anos novos anteriores nos torna mais fortes e mais sábios e os erros que cometemos já não são assim tão graves nem tão destruidores. Conseguimos, ano após ano, educar e alimentar melhor este novo filho, já não mais fazemos experiências para ver se acertamos, simplesmente sabemos o que fazer.

E assim, ano após ano, vamos aprendendo a criar melhor nosso rebento para a cada dia 31 de dezembro parir outro novo e renovar a nossa esperança.

Mas, fazer o quê... nós humanos somos assim, precisamos de incentivos, de novas chances. O dia 1º de janeiro é um dia como outro qualquer. No fundo sabemos que não acontece nenhuma magia ou milagre que muda tudo só porque o último número do ano mudou. Mas precisamos de renovação, precisamos renascer e parir uma vida completamente nova e diferente. Pobres de nós, que somos tão dependentes desta esperança fugaz e felizes de nós que temos a capacidade de nos renovar.

Ser humano é a maior dádiva que nos foi dada e ao mesmo tempo é a pior maldição. Almejamos o todo, queremos cada vez mais. Esquecemos o que está ao lado e deixamos de prestar atenção à lição dos animais “não racionais”, que só procuram alimento, aconchego e um pouco de carinho. 

Minha esperança para 2014 é que sejamos menos humanos e mais animais.

Que comecemos a olhar para o lado, que estendamos a mão, que amemos sem restrições. 

E isso significa não abandonar o ano velho moribundo, significa sentar ao seu lado e ouvir pacientemente suas lições de vida e aprender com a sua sabedoria. Significa continuar crescendo em coração, em sentimentos e em emoções.

Porque ninguém em sã consciência abandona um filho, por pior que ele tenha sido. Tentamos sempre ensinar e aprender. Este é o ciclo da vida. 

Feliz dia 1º de janeiro e feliz dias 2, 3, 4, 5....... feliz dias, feliz continuação da vida para todos!!!

sábado, 7 de setembro de 2013

Levo Só Poemas (Síria, EUA e dores pessoais)



Esta semana fui “futricar” as pobres prateleiras de uma das duas únicas livrarias da cidade. Entre alguns livros que já li e outros que não me interessam, encontrei um pequeno livro de poemas, de um autor moçambicano que nunca havia ouvido falar. Abri e resolvi passar o primeiro poema por ser mais longo. Escolhi o segundo. E encantei-me:

Neste mundo em que metralhadoras
batem mais rápido seus textos
do que uma máquina de escrever
nos bolsos levo só poemas
para reacender as estrelas de madrugada

Cinco linhas. Poucas palavras. E um mundo de significados. O autor chama-se CHAGAS LEVENE e o nome do livro é TATUAGENS DE ESTRELAS. O título do poema resume tudo: Nos Bolsos Levo Só Poemas.

Os críticos chamariam este poema de intemporal, porque sempre poderá encaixar-se na realidade deste mundo de metralhadoras. Claro, as máquinas de escrever há muito já viraram objetos de museu, mas desde os primórdios da sua utilização, as metralhadoras batem mais rapidamente seus textos sangrentos.

Agora mesmo, sinto o barulho das metralhadoras a manchar de vermelho o mundo lá fora, mas também o mundo aqui dentro de mim está borrado por metralhas muito mais dolorosas do que balas de aço.

Abano as dores internas e faço minhas as feridas do mundo. É mais fácil globalizar a tristeza e colocar a culpa da lágrima na maldade do mundo. Assumir uma mágoa pessoal custa demais. Então, vamos falar da nova ameaça das metralhadoras reais: os Estados Unidos contra a Síria.

A gente vai escutando as notícias de chacinas, coloca as mãos no rosto e diz “meu Deus que horror!”. Depois partilhamos algumas mensagens no Facebook, comentamos outras, gostamos de algumas. Pronto. Fizemos a nossa parte. Acabou. Esquecemos aquela notícia e continuamos com a nossa vida, porque sempre temos as nossas dores pessoais para curar.

A última notícia chocante vinda da Síria e que chamou a atenção do mundo todo, extrapolando os “meu Deus, que horror!” foi a da morte de centenas de pessoas envenenadas com gás. Eu não tinha ouvido a notícia. Foi um choque quando vi, no Facebook, a foto de não sei quantas crianças caídas no chão no que parecia ser uma escola. Havia um bebê do tamanho do meu. Eles pareciam estar dormindo, mas eu deduzi que estavam mortos. Sem ler a legenda, sem saber do que se tratava, chorei e senti uma dor tão profunda que parecia ser mesmo minha. É claro, eu sou mãe. O instinto é maior do que qualquer coisa. Imaginei que poderiam ser meus filhos. Depois li a legenda. Corri para o quarto chorando sem parar, mal consegui explicar ao meu marido, apavorado com o meu estado, o que havia acontecido. Ele pensou que tivesse acontecido alguma coisa com alguém próximo de nós. Consolou-me e perguntou por que eu estava chorando, afinal, não podíamos fazer nada.

E é esta a mentalidade de todos nós. Apavoramo-nos mas lavamos as mãos porque não podemos fazer nada.

Lembro que naquela noite fiquei tecendo utopias – e quem me conhece sabe que sou extremamente utópica. Fiquei pensando que se todo mundo – e quero dizer todo mundo mesmo, todas as pessoas do mundo – fossem à Síria e dissessem “basta, chega de briga, tenham juízo, tenham amor!”. Eu não sei qual é a razão da briga por lá, mas seja qual for, certamente o amor conseguiria resolver. O primeiro pensamento depois desta ideia no mínimo maluca foi que não caberíamos todos (as pessoas do mundo) na Síria. E aí lembrei do Lennon – imagine there’s no countries – outro utópico como eu.
Mas o sono veio e no outro dia esqueci minhas utopias porque o mundo “real”, a minha vidinha, particular e minúscula, exigia a minha presença.

Uns dias depois, meu marido me contou: os EUA vão para a Síria. (Entenda-se “os EUA vão matar pessoas na Síria). Ahhhhhhh!!!!!!!!!!!! Vontade de gritar!!!!!!!!!! Será que o mundo está assim tão abestalhado que não se dá conta??????? Vão matar para parar as mortes. Dá uma raiva danada, porque até o meu filho de 5 anos sabe que isso não faz sentido.

Outro dia conheci alguém que foi soldado no exército turco. Ele contou-me que ficava baseado na fronteira da Turquia com o Iraque, bem na época em que os EUA foram para lá. Base estadunidense na Turquia, claro, porque a OTAN assim exige. O ex- soldado contou-me que é contra qualquer invasão dos EUA em qualquer lugar. Porque ele viu o que acontece. Disse mais (e eu fiquei, no início, perplexa). Disse que admirava o Saddam Houssein. Depois de eu jogar-lhe em cima todos os argumentos anti-ditadura decorados, ele explicou que admirava o tenebroso Saddam porque ele nunca abriu mão das suas ideias por medo dos EUA, mesmo que suas ideias fossem erradas. E contou que, agora, o Iraque está sob outra ditadura, a estadunidense. Mais: profetizou que é exatamente o que vai acontecer com a Síria. 

Mas todos nós sabemos disso. Nós, o Obama, a ONU e todas as pessoas do mundo (aquelas que deveriam lotar as ruas da Síria para pedir amor, lembram?). 

O ex-soldado também me disse outra coisa. Ele é muçulmano. Mas não acha que isso o torne mais ou menos especial. Segundo ele, o mundo é como a nossa mão. Cinco dedos, todos diferentes, mas todos fazem parte da mesma mão.

Eu sou a favor da invasão da Síria. Por soldados com poemas no bolso. Cada pessoa do mundo pode ser um soldado com um poema. 

Aí está! Por que, em vez de postarmos “oh meu Deus”, não postamos e enviamos poemas para os presidentes do mundo todo? Poemas contra a guerra, contra o ódio, contra o terror, contra o medo...

Não interessa se somos cristãos, muçulmanos, hindus, budistas, ateus ou outra opção religiosa qualquer. Há poemas lindos em todas as religiões e fora delas. Nós somos aproximadamente 7 bilhões de pessoas no mundo. Já imaginaram 7 bilhões de poemas nas caixas de correio dos nossos presidentes??? Algum impacto teria. 

Ou terá... que tal esta ideia???

P.S. Depois desta nova ideia (ou utopia?), até esqueci das minhas dores particulares.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ao estilo da Florbela




Silêncio!
Cala-te dor insana!
O segredo que guardei te confina
Como ri, vou chorar, silenciosamente

Dor maldita que me matou a alma
Dor desgraçada que me enegreceu o coração

Desce, sai da minha garganta e deixa-me respirar
Para que possa inspirar e sorrir por fora

Silêncio!
Cala-te dor
Porque já te tornaste em carne
E não há remédio que te cure

Antes a morte do que tu,
Antes desaparecer do que viver a esquecer
O que nunca passou de um sonho

Ai de mim!
Estar viva por fora e morta por dentro
No inferno da dor sem fim
E da saudade do que poderia ter sido

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sonhos, matrix e... estrelas!


Quem não sonha? Mesmo os que dizem nunca sonhar, sonham. Apenas não lembram.

A ideia do sonho é associada a ideais e planos de futuro. Mas será que realmente um sonho pode se tornar realidade?

A vida está cheia de livros de auto-ajuda, frases postadas no Facebook e conselhos retóricos que nos dizem que se corrermos atrás do sonho, podemos alcançá-lo.

Teminha batido, eu sei... nem deveria estar falando nisso na minha volta ao Devezenquandário. Mas hoje pensei em um sonho impossível. Sim, pensei, não sonhei. E isso me fez pensar ainda mais...

Lembrei da Matrix. Tema batido e esquecido também, mas para mim, continua fazendo todo o sentido. O velho mito da caverna do Platão. Não é mesmo melhor viver em um sonho do que encarar a realidade??? Acordar pode fazer-nos dar conta de que estamos à beira de um precipício ou, pior, andando sobre as nuvens. E só é possível andar sobre as nuvens quando se sonha.

Sim, eu pensei um sonho que é impossível. E não quero acordar. Não quero a tal pílula (já não lembro se vermelha ou se azul) que nos faz acordar da Matrix. Quero continuar vivendo na Matrix e no meu sonho enquanto eu puder. A realidade é muito dura.

Porque a minha Matrix, o meu sonho, é de um arco-íris, que o meu filho mais velho nunca esquece de pintar em todos os seus desenhos. A minha Matrix é a vida vista através do arco-íris dos olhos do meu filho. E do que valeria cair das nuvens e encontrar um mundo feio???

De que valeria descobrir que, fora do sonho e da Matrix, há um menino na minha porta que pede pão e que passa frio à noite e que eu tenho que ignorar porque este menino é uma legião e eu sou impotente para dar pão e cobertor a todos?

De que valeria descobrir que a minha realidade mora em um mundo onde as pessoas ainda se matam porque... sei lá por quê... - na realidade, todos os motivos são desculpas esfarrapadas, porque nunca haverá um porquê.

(E agora lembrei das minhas aulas de português, quando ensinava o uso dos "porquês...)

De que valeria cair das nuvens diretamente em uma terra deserta de animais e plantas simplesmente porque a minha espécie é uma predadora compulsiva??? (vergonha de ser humana)

Por fim, como poderia despencar em um mundo sem amor? Em um mundo em que os amantes não pudessem tocar-se, consolar-se, olhar-se nos olhos porque existem barreiras e fronteiras e convenções sociais??? Um mundo em que as obrigações e responsabilidades fossem mais importantes do que o mais puro amor?

Não... não quero acordar de jeito nenhum! Quero continuar na minha Matrix, no meu sonho impossível. Por favor, não tentem, nenhum de vocês nem ninguém, chamar-me à vida real. 

Prefiro ouvir estrelas, cheirar o sol e viver em um eclipse.

Fala, Bilac!!!

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pátio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Tenho 33 minutos para escrever




Tenho de escrever algo em 33 minutos. Mas não sei o quê nem sobre o quê...

Alguém aí!!! Uma ideia!!! Oops... agora são 32 minutos...

Queria escrever sobre alguma coisa engraçada, divertida. Mas, infelizmente, só consigo pensar em coisas sérias e tristes.

Vi as notícias hoje de manhã. Criança índia queimada por madeireiros, o Natal dos “sem Natal”... como é que vou escrever sobre algo divertido???

Daqui a pouco vou trabalhar e já estou preocupada se, no caminho, vou encontrar outro cachorro atropelado. Tem sido assim todos os dias, um coitadinho estirado no chão. E penso na pessoa que o matou... será que tem alma???

E aí entro numa velha discussão que tinha com um amigo padre... ele dizia que os animais não têm alma. E eu dizia que era mentira, que tinham sim. Os meus, pelo menos, têm. Cada um tem a sua personalidade distinta, suas vontades, aquele olhar que diz tudo o que precisamos saber. É só prestar atenção...

E, falando em padres, lembrei daquela cena dantesca na Basílica da Natividade... hehehe!!! Briga de vassoura entre padres armênios e ortodoxos... que coisa feia!!!

E, falando em briga... hoje não queria precisar brigar com ninguém. Reflexão minha agora... tenho brigado muito. Mas a culpa não é minha (?)!!! Os outros que não entendem o que eu quero!!! (que feio, não é??? – mas infelizmente é como todos agem – eu tenho razão e ponto final! Onde está a tal história de “a minha liberdade termina onde começa a do outro? – e chega de escrever entre parênteses, porque este está muito longo).

Um cigarro. Isto! Vou acender um cigarro. A nicotina tem muitos malefícios, mas ninguém divulga os benefícios. Um deles é que ajuda na concentração.  É verdade!!! Cientificamente comprovado. Quando tiver mais tempo (porque agora só tenho mais 24 minutos para  escrever), pesquiso um link que prove o que eu afirmei. Afinal, tudo hoje em dia tem de ser provado, porque ninguém acredita mais na palavra de ninguém.

E aí está outra coisa que me preocupa. Tudo tem de ser assinado e carimbado, registrado em cartório, gravado, autenticado e provado. Alguém se lembra da história do “fio do bigode”??? Hum... acho que não. Isto é coisa do tempo do meu avô e nós já estamos mais evoluídos (?).

Falando em evolução... o meu filho de quase quatro anos já sabe mexer no IPad. Sim!!! Liga, desbloqueia e coloca joguinhos para baixar. Ainda bem que não sabe a senha (heheheh). Infelizmente não sabe jogar bola. Mas tudo bem! Ele está E-VO-LU-Í-DO!!!

Mais 21 minutos para escrever... vai, ideias!!! Onde estão vocês???

Agora, sobre “onde estão”... eu li, em algum lugar, já não lembro quando, que se deve dizer “onde está” e não “cadê”. Não sei por quê e também não tenho prova nenhuma disso. Somente a minha memória.

E falando em memória, lembrei!!! Na verdade, não tenho mais (ops!) 19 minutos para escrever. Tenho de planejar o dia de trabalho.

Pode ser que hoje, durante o dia, eu consiga pensar em alguma coisa divertida para escrever.

Bom dia e boas ideias para todos!!!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Primeiro livro do ano...


"Um grito colectivo. Um refrão.
Há uma mulher nua nas margens do rio Licungo. Do lado dos homens.
- Ah?
Há uma mulher na solidão das águas do rio. Parece que escuta o silêncio dos peixes. Uma mulher jovem. Bela e reluzente como uma escultura maconde. De olhos pregados no céu, parece até que aguarda algum mistério.
- Quem é ela?"

Curiosos??? Quando terminar de ler O Alegre Canto da Perdiz, da Paulina Chiziane, conto tudinho...

Voltando... definitivamente voltando!!!


Lá se foi 2011 e 2012 chega prometendo muita coisa...

Parei para pensar no que fiz neste ano que passou e reparei que não fiz grande coisa. Quem me conhece, pode dizer "mas estavas sempre ocupada, correndo! Fizeste muita coisa!".

Não... não fiz muito do que realmente gostasse. Deixei de lado minhas leituras e escritas. Este Devezenquandário está de-vez-em-quando demais.

Portanto, voltei. E estou retomando os escrevinhamentos... talvez algum internauta perdido neste cyber espaço maluco erre uma curva e acabe parando por aqui.

Desejo um novo 2012 a todos!!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Eduardo Galeano - não deixem de assistir!!!

"Este é um mundo de merda, mas não é o único possível"

Assistam cada minuto deste vídeo! É imperdível para quem quer um pouco de sanidade em meio a esta loucura toda!!!

terça-feira, 14 de junho de 2011


Meu filho disse "Não fica triste, mãe... a gente pode ver a Vó Vera quando for de noite, junto com as outras estrelinhas".

Minha mãe ensinou-me o mais importante da vida: o amor incondicional por qualquer ser vivo.

Ensinou-me a sentir o sofrimento dos outros seres, desde uma minúscula formiga até a uma pessoa.

Ensinou-me o respeito por tudo o que é vivo.

Ensinou-me que é melhor ser humilhado do que humilhar.

Ela realmente deu a outra face. E sofreu por isto.

Infelizmente ninguém sentiu o sofrimento dela. Estávamos todos muito ocupados com os nossos sofrimentos.

Mas, com certeza, Deus sentiu. E levou-a. Porque Deus quer estar cercado de pessoas boas.

Esta noite, eu e meu filho vamos ver as estrelas.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Minhas mães

“Se esta rua, se esta rua fosse minha,
Eu mandava, eu mandava ladrilhar,
Com pedrinhas, com pedrinhas e brilhantes
Para o meu, para o meu amor passar…

Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão,
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração…
Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque, é porque te quero bem…”

Eu devia ter uns quatro anos. Lembro que minha mãe chegou em casa da escola – ela era professora – e chamou-me no seu quarto. “Aline, vem que eu tenho uma música nova para te ensinar”. E enquanto ela trocava de roupa, eu, sentada na cama, ia aprendendo estes versos tristes.

Triste. Pode ser a descrição da minha mãe hoje e durante boa parte da sua vida. Não teve muita sorte no amor e, confesso, as filhas também não lhe foram de grande valia.

Nesta época em que todo o mundo comemora o dia das mães, eu, que também já sou mãe, fiquei pensando no que realmente significa “ser mãe”… Durante muito tempo culpei a minha por não ter sido o que deveria ser, mas a verdade é que, quando precisou ser, foi. E foi uma heroína. Lutou e venceu todos os seus medos e mágoas para ficar ao meu lado. Foi ela que disse “tenho de fazer porque sou tua mãe”.

Eu agora estou longe e ela está indo embora. A cada dia que passa sinto que talvez nunca mais volte a vê-la. E sei que tenho de me apressar para encontrá-la pelo menos mais uma vez.

Palavras de carinho e arrependimento pelo telefone não são suficientes. Mas, por hora, é só o que posso fazer, além de pedir à minha outra Mãe, a Mãe de todos nós, que cuide da minha mãe terrena.

Ontem pedi a Deus… que seja feita a vontade da minha mãe de acordo com a Sua vontade… porque eu não sei rezar direito, só sei pedir assim, muito sem jeito...

"Mãezinha do céu,
eu não sei rezar,
eu só sei dizer
que eu quero te amar...
Azul é teu manto,
branco é teu véu,
Mãezinha, eu quero te ver lá no céu..."

Quero ver no céu qualquer uma das minhas mães...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Brasil fez mais concessões do que Portugal para novo Acordo Ortográfico

O responsável pelo vocabulário ortográfico no Brasil, Evanildo Bechara, defendeu que o seu país fez mais concessões para o novo Acordo Ortográfico do que Portugal, atribuindo a tese contrária defendida por muitos ao "abuso" das consoantes mudas.

"A base fundamental do Acordo Ortográfico está indissoluvelmente ligada ao Acordo de Portugal de 1945. Se há cedências foram do Brasil", disse o linguista responsável pela implementação do Acordo Ortográfico no Brasil.

Sobre as pesquisas de outros especialistas que indicam que o Acordo Ortográfico alterou 1,6 por cento do vocabulário de Portugal e 0,5 por cento do vocabulário do Brasil, Evanildo Bechara considerou que aquelas "resultam do grande emprego na escrita (de Portugal) de consoantes que não se pronunciam".

"Essa argumentação proporcional mostra apenas um fato: há um excesso de consoantes mudas. Não concordo com o argumento, porque no Brasil as mudanças representam quatro, cinco, seis cedências dos brasileiros e Portugal só fez uma", disse à Agência Lusa.

Segundo aquele membro da Academia Brasileira de Letras, de 83 anos, a "ortografia portuguesa usa e abusa das chamadas consoantes inarticuladas", enquanto que o Brasil, "desde 1943 e antes, adota a solução de escrever só os fonemas que se pronunciam".

O linguista constatou que "essas consoantes mudas estão em todas as páginas dos dicionários", o que faz com que o novo Acordo Ortográfico, em termos quantitativos, tenha maior impacto no vocabulário de Portugal do que no do Brasil.

"O brasileiro teve de abrir mão do trema, dos acentos em palavras com ditongos abertos como 'ideia' e 'jiboia' - e isso é uma agressão à pronúncia brasileira -, do circunflexo de 'voo', 'enjoo', 'perdoo' e de 'creem', 'veem' e 'leem' e os diversos empregos do hífen, muito mais próximos da ortografia portuguesa de 1945 do que a da brasileira de 1943", explicou.

Por seu lado, João Malaca Casteleiro, da Academia de Ciências de Lisboa, que participou na redação do Acordo Ortográfico, admitiu também a possibilidade de, "em termos absolutos, poder ter sido o Brasil a fazer mais alterações" do que Portugal.

Mas as alterações no vocabulário do Brasil "refletem-se num menor número de palavras, porque em Portugal a supressão das consoantes mudas afetou um número larguíssimo de palavras e de uso muito frequente", deu a conhecer à Lusa.

"Não é possível chegar-se a um acordo perfeito porque cem anos de 'guerra ortográfica' geraram muitas diferenças assentes em pronúncias também diferentes. E portanto como unificar? Impossível, temos de consagrar a dupla grafia", concluiu.

Bechara reconheceu a importância do novo Acordo, que "reflete que os países de língua oficial portuguesa atingiram uma maioridade política e cultural".

O linguista referiu ainda que "se a unificação ortográfica era no século passado um anseio de professores, hoje tem interesses econômicos e políticos para mostrar que aquele grupo de países tem um peso que antes não tinha", realçou.



Tanta briga por algo que já está mais do que decidido... não adianta boicotar. Concordando ou não concordando, temos de nos acostumar à nova grafia...

Obs.: transcrito do Jornal de Moçambique, edição de hoje, p. 10. 

Obs. da obs.: adaptado ao novo Acordo Ortográfico, porque, aqui em Moçambique, ainda não está em vigor e os jornais continuam a utilizar a grafia antiga.

Mais uma obs. da obs.: e a grafia também não ficou assim tão uniforme... vejam a palavra "econômicos" acima... em Portugal ainda escreve-se "económicos", com acento agudo em vez de circunflexo...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Horror e desumanidade


Desculpem, amigos, pela foto chocante!!!

Mas é mesmo para chocar!!!

Não fui eu quem tirou esta foto, busquei no Google, mas praticamente todos os dias pela manhã, quando venho trabalhar, vejo este tipo de imagem.

Sei que aqui nesta cidade há muitos cães de rua. Sei que eles metem-se na frente dos carros. Mas eu sempre consegui desviar. Quando vejo algum cão, já diminuo a velocidade, chego, mesmo, a parar e esperar que o pobrezinho volte para a calçada (ou passeio, como dizem por cá).

Então, se eu consigo desviar dos cães, POR QUE OUTROS NÃO CONSEGUEM???

Só posso concluir que, ou fazem de propósito, ou não ligam. Ambas opções são terríveis!!!

Mais uma vez: será que estas pessoas que fazem estes absurdos são mesmo humanos???

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Moacyr Scliar...



Confesso que não era grande fã, mas li alguma coisa e não achei aborrecido...

Não podia deixar de registrar a sua passagem verdadeira a imortal...

"Como vinha acontecendo desde 1990, a comissão organizadora do Congresso de Estudos Bíblicos, realizado cada ano numa cidade brasileira, selecionou uma passagem bíblica como tema central do encontro: Gênesis, capítulo 38, texto que conta a história do patriarca Judá, de seus filhos e de uma mulher chamada Tamar.

A escolha despertou inusitado interesse. Na sua fala inicial, proferida no auditório do elegante hotel de veraneio em que se reuniam os congressistas, cerca de duzentos, disse o presidente da Sociedade Cultural de Estudos Bíblicos, o historiador José Domício Ferraz:

- Trata-se, permitam recordar-lhes, de uma história estranha. Para começar, está inserida numa outra narrativa, aquela que nos fala de José no Egito, narrativa essa que é bruscamente interrompida. E a sucessão de acontecimentos é surpreendente, quando não chocante. Tudo começa quando Judá, um dos irmãos de José, "afasta-se de seus irmãos" e vai viver na casa de um homem chamado Hirá, encontra uma canaanita, com quem casa, tornando-se pai detrês filhos, Er, Onan, Shelá. Eles crescem e Judá arranja uma esposa, Tamar, para o primogênito Er. Por alguma razão que o texto não esclarece, Er desagrada ao Senhor e morre sem engravidar Tamar. De acordo com a tradição, se o irmão mais velho falecia sem deixar filhos, competia a seu irmão ter relações com a viúva de modo a assegurar a progênie. Mas Onan, sabendo que o filho de Tamar não seria considerado dele (e que esse filho seria o herdeiro do patriarca, não ele), cumpre seu dever de forma parcial; ele "derrama o sêmen na terra", praticando, pois, coito interrompido, o que também acarreta a sua morte. Restaria o terceiro filho, mas Judá, temeroso de que o rapaz tenha a mesma sorte dos irmãos, pede a Tamar que espere algum tempo: afinal, Shelá não é ainda adulto, homem-feito. Coisa que Tamar, como podemos imaginar, não aceita de bom grado.Tempos depois realiza-se em Timna, localidade próxima, uma reunião de criadores de ovelhas para tosquia. Judá, agora viúvo, ali comparece. No caminho passa por Enaim, onde há um templo pagão e onde vê uma mulher coberta por um véu, aparentemente uma prostituta. Seu desejo despertado, oferece-lhe, em troca da relação sexual, um cabrito, a ser enviado depois. A mulher aceita, mas pede uma garantia: o cajado, o sinete e o cordão de Judá, símbolos da dignidade patriarcal. Judá, ainda que relutante, concorda. De volta a casa, pede a um amigo que leve o cabrito à mulher, mas surpreendentemente ela não é encontrada. Ninguém a conhece.

Interrompeu-se, tomou um gole d'água e continuou:

- Pouco depois Tamar aparece grávida. Tomado de fúria- ela ainda deveria estar sob seu controle patriarcal-, Judá condena-a à morte. Tamar então revela que o pai do filho que traz no ventre é o dono do cajado, do sinete e do cordão: o próprio patriarca. Judá reconhece que foi enganado e assume a paternidade. Tamar dá à luz gêmeos, Zerá e Perez - que será um antepassado do rei Davi e de José, o pai terreno de Jesus. Com isso encerra-se a história. Que, como sabemos, apresenta vários aspectos interessantes. Em primeiro lugar, o costume do levirato, comum no Oriente Médio da época, segundo o qual o irmão ou parente de um homem morto deve dar um filho à viúva. Havia para isso uma explicação prática: a viúva não poderia herdar as propriedades do esposo falecido, só os filhos. Compreende-se assim a determinação de Tamar em engravidar, e para tal recorrerá a uma artimanha. Nisso, não é exceção. O Gênesis conta como Rebeca enganou Isaac, fazendo com que o já senil patriarca abençoasse, e portanto reconhecesse como herdeiro, o filho de ambos, Jacó, em detrimento do primogênito Esaú; como este era peludo, Rebeca disfarçou Jacó com um pelego de carneiro.

Nova pausa, e prosseguiu:

- A astúcia de Tamar, como a de Rebeca, fica evidente. Ela se vale do fato de que a prostituição religiosa era uma coisa comum no Oriente Médio, praticada inclusive por mulheres casadas, que se entregavam a estranhos em nome da religião. Era esse o disfarce que Tamar estava adotando, recorrendo inclusive a um véu para não ser reconhecida.'"

Trecho de Manual da Paixão Solitária

Paradoxo


A novidade veio dar à praia
Na qualidade rara de sereia
Metade o busto
D'uma deusa Maia
Metade um grande
Rabo de baleia...



(Gilberto Gil)








Já faz algum tempo... 


Estávamos jantando e começou o alvoroço lá embaixo na praia. Era uma tartaruga perdida.


O clube todo foi ver. Máquinas fotográficas em punho. Ou telefones celulares (daqueles que servem para tudo menos para telefonar). Flashes, poses... todos queriam o registro do momento em que estavam perto de uma tartaruga gigantesca.


Eu não fui diferente. Também apontei meus flashes para a coitada. Foi quando me dei conta de que aquela situação, para ela, não era de ribalta. Ela não estava ali para um show. E minha consciência pesou.


Eu e mais alguns nos preocupamos com o seu futuro. A quem ligar? Quem poderia ajudá-la a voltar ao mar e seguir o seu caminho? As opções nesta terra são mínimas, para não dizer nulas, mas lá conseguiu-se que algum órgão do governo se dispusesse a tratar da tartaruga no dia seguinte.


Foi então que aconteceu o paradoxo...


Enquanto nós nos preocupávamos com o bem estar daquela criatura maravilhosa, outros já sonhavam com a grande sopa que tomariam...


E tivemos de colocar guardas esfomeados para impedir que a tartaruga virasse sopa durante a noite...


Os guardas, mesmo esfomeados e sonhando com a sopa, cumpriram sua missão. Pela manhã, alguns doutores biólogos apareceram, ladeados por carregadores esfomeados que esgotaram suas forças para carregar a tartaruga para cima de um barco que levou-a para o mar...


E o paradoxo ficou estabelecido...


Enquanto nós "civilizados" maravilhavamo-nos com a beleza e o tamanho gigantesco da tartaruga e nos aliviávamos com a sua partida, outros menos "esclarecidos" choravam a partida de uma maravilhosa refeição...


É o mundo!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Os quatro compromissos toltecas

Os quatro compromissos com a libertação dos sonhos
:: Conceição Trucom ::
 

Existem centenas de compromissos que você firmou consigo mesmo, com as outras pessoas, com seu sonho de vida, com Deus, com a sociedade, com seus pais, cônjuge e filhos. Contudo, os mais importantes são os que você fez consigo mesmo, dizendo quem você é, como se sente, no que acredita e como deve se comportar. O resultado é o que você chama de personalidade. Nesses compromissos você diz: "Isso é o que sou. Isso é aquilo em que acredito. Posso fazer certas coisas e outras, não. Essa é a realidade, aquela é a fantasia. Isso é possível, aquilo é impossível".

Um único compromisso não representa tanto problema, mas muitos deles nos fazem sofrer e fracassar. Se você quer viver uma vida de alegria e realização, precisa encontrar coragem para romper esses compromissos baseados no medo e reclamar seu poder pessoal. Os compromissos que vêm do medo exigem um bocado de energia, mas aqueles que derivam do amor nos ajudam a conservar nossa energia e, ainda, receber uma carga energética extra.

Cada um de nós nasce com uma determinada quantidade de poder pessoal, que pode ser reconstruída a cada dia após um descanso. Infelizmente desperdiçamos tudo - primeiro para criar esses compromissos, depois, para mantê-los. Nosso poder pessoal é dissipado por todas as obrigações criadas e o resultado disso é que nos sentimos vazios e frágeis. Temos poder suficiente para sobreviver a cada dia, porque a maior parte dele é usada para manter os compromissos que nos atrelam ao sonho do planeta. Como podemos transformar o sonho de nossa vida quando não temos força sequer para mudar o menor compromisso?

Se não gostamos do sonho de nossa vida, precisamos alterar os compromissos que nos regulam. Quando, finalmente, estivermos prontos para mudá-los, quatro compromissos poderosos nos ajudarão a quebrar aqueles que vêm do medo e drenam nossa energia.

A cada vez que se rompe um acordo, o poder usado para criá-lo retorna ao seu dono. Se você adotar esses quatro novos compromissos, eles criarão poder pessoal suficiente para alterar todo o seu antigo sistema de obrigações.

Você precisa de muita força de vontade para adotar os Quatro Compromissos - mas se você conseguir começar a viver sua vida de acordo com eles, a transformação será impressionante. Você verá o inferno desaparecer diante dos seus olhos. Em vez de viver um sonho infernal, estará criando um novo sonho — seu sonho pessoal do céu.
Don Miguel Ruiz no livro Os quatro Compromissos – Filosofia Tolteca

Neste momento, considero importante recomendar a leitura na íntegra do livro em referência, para compreensão profunda da significância destes quatro compromissos. Eles estão listados abaixo de forma sucinta, mas jamais se sinta satisfeito com esta mera degustação, vá fundo neste compromisso com o resgate dos seus sonhos, com o resgate de você.
Os quatro compromissos para a libertação do mundo da ilusão e conquista do mundo da realidade, da verdade, da meditação, da iluminação, da paz:

1- PRIMEIRO COMPROMISSO: seja impecável com sua palavra. Através da palavra torna-se possível a expressão do poder criativo. A palavra é um instrumento de magia: branca ou negra. Uma faca de dois gumes: pode materializar o mais exuberante dos sonhos ou destruir uma nação. Dependendo de como é usada, ela pode gerar liberdade ou escravidão. Ser impecável é não contrariar sua natureza, é assumir a responsabilidade por seus atos, pensamentos e sentimentos, sem julgamentos ou culpas. Sem peccatu. Ser impecável com a própria palavra é empregar corretamente a sua energia, ou seja, não desperdiçar ou perder energia e poder pessoal. É usar a palavra na direção da verdade e do amor por você. Se você se comprometer a ser impecável com sua palavra, basta essa intenção para que a verdade se manifeste por seu intermédio e limpe todo o veneno emocional que existe em seu interior.

2- SEGUNDO COMPROMISSO: não leve nada para o lado pessoal. Se você leva tudo para o pessoal é porque concorda com o que está sendo dito. Ao concordar todo o veneno passa a fazer parte de você. O que causa seu próprio envenenamento é o que os toltecas chamam de importância pessoal, expressão máxima do egocentrismo. Nada do que os outros fazem é motivado por você, é por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, nevoeiro ou mente, inclusive você. Se você aceita o lixo emocional do outro, ele passa a ser seu também. Se você se ofender sua reação será defender suas crenças e criar mais conflitos. Então, se você fica brava comigo, sei que está lidando consigo mesma. Sou apenas uma desculpa para você se irritar e fingir que não tem medo. Mas na verdade, sua braveza é uma expressão do seu medo. Sem medo não existe motivo para se irritar, brigar ou me odiar. Sem medo, não há motivo para sentir ansiedade, ciúme inveja. 

3- TERCEIRO COMPROMISSO: não tire conclusões. Temos a tendência a tirar conclusões sobre tudo. Interpretar tudo segundo nossa ótica, nossa mente, nossas crenças. É que acreditamos que elas são verdadeiras. Poderíamos jurar que são reais. Tiramos conclusões sobre o que os outros estão fazendo e pensando - levamos para o lado pessoal -, então os culpamos e reagimos enviando veneno emocional com nossa palavra. Por isso, fazemos presunções, estamos pedindo problemas. Tiramos uma conclusão, entendemos de modo errado, levamos para o pessoal e acabamos criando um grande conflito interno, familiar, profissional, mundial, do nada. Como ficamos com medo de pedir esclarecimentos, tiramos conclusões e acreditamos estar certos sobre elas; depois as defendemos e tentamos tornar a outra pessoa errada. Sempre é melhor fazer perguntas do que tirar conclusões, porque as conclusões nos predispõem ao sofrimento. O grandemitote na mente humana cria um bocado de caos, que faz com que interpretemos mal e tudo errado. Apenas enxergamos o que queremos enxergar e escutamos o que queremos escutar. Temos o hábito de sonhar sem base na realidade. Literalmente, enxergamos e escutamos coisas com nossa embaçada imaginação. 

4- QUARTO COMPROMISSO: dê sempre o melhor de si. Na verdade, esse é o compromisso de colocar na prática os outros 3 compromissos. Você nasceu com o direito de ser feliz. Nasceu com o direito de amar, de aproveitar e compartilhar seu amor. Você está vivo. Portanto, tome sua vida e a aproveite. Não resista à vida que está passando através de você, porque é Deus passando através de você. Apenas sua existência prova a existência de Deus. Sua existência prova a existência da vida e da energia. 

Não precisamos saber ou provar coisa alguma. Simplesmente ser, assumir o risco e apreciar a vida é tudo o que importa. Diga "não" quando tiver de dizer "não" e "sim" quando tiver de dizer "sim". Você tem o direito de ser você. E só pode ser você quando dá o melhor de si. Quando não dá o melhor de si, está se negando o direito de ser você. Essa é uma semente que deve alimentar em sua mente. Você não precisa de grande sabedoria nem de grandes conceitos filosóficos. Não precisa da aceitação dos outros. Você expressa sua divindade estando vivo e amando a si e aos outros. Os primeiros três compromissos só vão funcionar se você fizer o melhor. 

Não espere sempre poder ser impecável com as suas palavras. Seus hábitos rotineiros são fortes e enraizados demais em sua mente. Mas você sempre pode fazer o melhor.

Não espere nunca levar nada para o pessoal. Mas faça o melhor e com a maior consciência - presença - possível.
Não espere que vá parar de tirar conclusões apressadas, que vá começar a perguntar com todo o direito que todos temos. Mas com certeza, todos os santos dias de Deus, você pode fazer o seu melhor, tornando todos estes vírus que perpetuam a ilusão, que nos roubam TODAS as nossas energias através das emoções desequilibradas, INÚTEIS.

E mais: conte sempre, para a boa e efetiva prática destes quatro compromissos, com os melhores óculos para enxergar tudo o que acontece à sua volta – interno e externo. Com a melhor ferramenta para desarmar Vítimas e Juízes: o RISO.
Será ele, o riso, que poderá até virar gargalhada – ou choro de tanto riso –, quando você perceber o tanto de mentira e maldade existe em algumas de suas palavras. Será ele que poderá transformar, curar: a força, a magia, a impecabilidade das suas palavras.

Será ele, o riso, quem o fará rir dos momentos em que você levar – qualquer coisa - para o pessoal. É muito risível percebermos nossas próprias armadilhas de aprisionamento no próprio umbigo.

Será ele, o riso, que poderá se manifestar curativamente, na hora em que você esquecer de perguntar e tirar conclusões precipitadas e enganadas pela ilusão da sua imaginativa mente enevoada (que aliás não ri ou acha graça de nada).

Será ele, o riso, que o motivará a dar o melhor de si. E quanto melhor de si, mais vontade de rir, sorrir e gargalhar.

Enfim, o rir nos coloca rapidamente num balão, posição em que podemos nos ver sob uma ótica muito mais ampla, panorâmica, e assim perceber o quanto “O Eu livre que voa” pode rir “de monte” do “Eu aprisionado pelas suas ilusões, crenças e condicionamentos”.

Ra-ra-ra, re-re-re, ri-ri-ri, ro-ro-ro, ru-ru-ru!

Será ele, o riso, que irá fazê-lo relaxar a cada momento, que com a presença do riso será REAL, na coragem "impecável" e "divertida" para se libertar!