Gentes estranhas com seus olhos cheios doutros mundos
quiseram cantar teus encantos
para elas só de mistérios profundos,
de delírios e feitiçarias...
Teus encantos profundos de Africa.
Mas não puderam.
Em seus formais e rendilhados cantos,
ausentes de emoção e sinceridade,
quedas-te longínqua, inatingível,
virgem de contactos mais fundos.
E te mascararam de esfinge de ébano, amante sensual,
jarra etrusca, exotismo tropical,
demência, atracção, crueldade,
animalidade, magia...
e não sabemos quantas outras palavras vistosas e vazias.
Em seus formais cantos rendilhados
foste tudo, negra...
menos tu.
E ainda bem.
Ainda bem que nos deixaram a nós,
do mesmo sangue, mesmos nervos, carne, alma,
sofrimento,
a glória única e sentida de te cantar
com emoção verdadeira e radical,
a glória comovida de te cantar, toda amassada,
moldada, vazada nesta sílaba imensa e luminosa: MÃE
É um belo poema, Alininha.
ResponderExcluirGosto demais de Noêmia de Sousa.
Beijos,
Conceição
Olá Aline, bom dia!
ResponderExcluirQuero primeiramente agradecer-te o comentário que deixaste em meu blog a respeito do miniconto Teresa!
Dizer também que não conhecia este teu espaço, mas agora que vi, visitá-lo-ei sempre que puder. Estou muito ligado, enquanto leitor, à literatura moçambicana. Estou escrevendo uma monografia sobre o livro "O Outro Pé da Sereia", de Mia Couto; bem como gosto bastante do Craveirinha.
Abraço forte e fraterno,
Viegas