O tempo nunca é capaz de fazer esquecer o que não queremos. Assim foi conosco. Não te esqueci, amicíssima...
Aqui, neste país paradoxalmente lindo e triste, as coisas vão mal. De um lado da fronteira, manifestações de ditadura arcaica, opositores presos, torturas, povo sofrendo. Do outro lado, a terrível xenofobia, pessoas assassinadas, machucadas física e emocionalmente. E Moçambique está assim, apertado entre ódios e tentando manter-se ileso e pacífico... difícil quando o desemprego e a fome são agravados por milhares de refugiados do ódio vizinho...
E aí lembro daquela música «What a wonderful world» e penso que já não pode mais ser cantada com tanto entusiasmo. É... ultimamente ando preocupada com o mundo. Talvez coisa de mãe, que queira um futuro seguro para o rebento. É tanta desgraça espalhada por esta Terra que dá até arrepio! Onde não tem guerra, tem desastre natural. O que está acontecendo???
Outro dia conheci um paquistanês cristão (raridade!!! - são na maioria muçulmanos). Sabe o que ele disse??? «Os muçulmanos são os anti-cristos!». Quase bati nele! Intolerância assim, na minha cara? Nem respondi... virei as costas e jurei nunca mais ouvir estas besteiras.
No meio de tudo isto, meu clã está cada vez mais feliz. É verdade... se pensarmos na nossa vidinha e esquecermos o resto do mundo, tudo fica mais cor-de-rosa. E, falando nisso, quando é que a gente tem tempo para «cair a ficha» de que se é mãe? Olho para o pequeno e ainda não acredito... Estou chegando à conclusão de que aquela história de padecer no paraíso é mentira. Ainda não padeci, só estou no paraíso (desde que não saia de casa, não ligue a televisão, não procure notícias na Internet...).
Quem sabe esta seja a solução? Viver trancada dentro do clã. Babar o filho e mimar o marido... esquecer dos horrores lá de fora!
Mas este assunto já está repetitivo. Não esqueci dos nossos projetos, viu? Agora lembrei de outra música: «... temos todo tempo do mundo...». Será que temos?
Espero notícias, novidades, realizações e etecéteras.
E, como diria um metido a poeta, amplexos e ósculos!
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