(um poema epicurista)
O que é o mundo e o seu brilho afamado?
O que é o mundo e todo o seu esplendor?
Uma aparência vil em espaço limitado,
Um breve raio na noite de céu ameaçador,
Um campo colorido onde verdejam cardos,
Um belo hospital onde a doença é astro,
Uma casa de escravos onde tudo são fardos,
Um túmulo já podre coberto de alabastro.
Nós, homens, construímos sobre um terreno assim,
E é a ele que a carne como um ídolo abraça.
Vem, alma, vem e ensina-nos o olhar sem fim
Para além do círculo que este mundo nos traça!
Liberta-te da tua mesquinha ostentação,
Vê como o seu prazer te faz pesada e presa:
E sem esforço darás com o cais da salvação
Onde a eternidade se casa com a beleza.
Christian Hofmann Von Hofmannswaldau (1617-169)
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