Afinal, o misterioso poeta é realmente muito misterioso. Percorri a Internet atrás dele e... quase nada...
Descobri que ele é português, nasceu em 1932 e, nos anos 50, revelou-se como poeta nas revistas de poesia Árvore, Eros, Cadernos do Meio-dia e Cassiopeia.
Também é mais conhecido como tradutor do que como poeta - é considerado um excelente tradutor de numerosos poetas de língua espanhola, como S. Juan de la Cruz, Pablo Neruda, Cernuda, Quevedo.
Um outro comentário bem interessante feito sobre este poeta é que a intertextualidade da sua poesia com os poetas que ele costuma traduzir é bem visível.
Pronto, só isso, além da fotinho dele, aí ao lado.
Também no site do Instituto Camões, encontrei mais um poema dele, também belíssimo:
Novembro apagou nas buganvílias
seus nomes brancos, roxos, escarlates.
É mais difícil regressar a casa:
o caminho disfarçou, emudeceu
seu rosto nos muros e nas grades.
- Por onde seguiremos
sem que o outono espesso nos trespasse?
Este belo poema, sem título, é do livro Um Sossegado Silêncio, de 2002. Também publicou Sequência de Bilbau (1978), O enterro do senhor Orgaz (1986) e Silabário (1992) e está presente na Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea (1985).
É isso, pessoal... pouca informação, mas já é um começo. Toca andar à procura dos livros, que o poeta é dos bons!!!
Continue no garimpo Aline. Vale a pena.
ResponderExcluirTalvez ele tenha escolhido traduzir tais poetas exatamente pelo tratamento dos temas, não?
Achei lindo: "Por onde seguiremos sem que o outono nos trespasse"
Ando numa fase " absolutamente existencial".
beijos, querida